“Biblioteca Viva – Memórias e Saberes Partilhados” promove a leitura e forma contadores de histórias para criar laços intergeracionais

Quarta, 07 De Maio De 2025

“Biblioteca Viva – Memórias e Saberes Partilhados” é o nome do novo projeto da Biblioteca Municipal José Travaços Santos da Batalha, que tem início no próximo dia 10 de maio, no Centro de Leitura de Alcanadas, às 16h00, com a apresentação do livro “Viagens com o Meu Avô”, pela sua autora, Ana Cristina Luz. Realiza-se de seguida um ateliê de expressão plástica e um lanche para promover o convívio. A iniciativa é dirigida à comunidade, e pretende ser a primeira de muitas para criar laços entre gerações, através da leitura, da formação para contadores de histórias e da partilha de memórias e saberes.

«A aldeia de Alcanadas, como tantas outras, é neste momento constituída maioritariamente por uma população idosa, que sempre teve um forte dinamismo associativo e cultural», refere Mónica Cardoso, vereadora da Cultura do Município da Batalha. «Considerando que o envelhecimento não é apenas uma questão individual e deve ser acompanhado pelo reforço de iniciativas sociais, este projeto surge como expressão de responsabilidade pública, sendo a Biblioteca Municipal da Batalha um elemento ativo e facilitador de todo o processo.»

Uma das finalidades do projeto é transformar o Centro de Leitura de Alcanadas num espaço acolhedor, onde avós, pais e netos construam um lugar de pertença, onde cada um deixe um pouco de si e leve um pouco do outro. «A decoração do espaço será composta por objetos trazidos das casas dos avós da aldeia, criando uma “casa” com as memórias de todos para todos, dando origem a um verdadeiro museu de memórias vivas», explica Mónica Cardoso.

«A chamada "decoração afetiva" desperta sensações de aconchego, amor, carinho, segurança e acolhimento. Por meio dela, revelam-se memórias e sentimentos que tornam cada ambiente uma extensão das nossas vivências», sublinha a vereadora da Cultura. «As memórias evocadas por elementos sensoriais como sons, cheiros, sabores ou cores, são fragmentos do passado que permanecem presentes. Assim, a decoração afetiva torna-se a soma das nossas lembranças com as experiências que vivemos.»

O projeto prevê que, no futuro, para além da vinda de autores, as histórias sejam dinamizadas pelos avós da aldeia de Alcanadas ou por avós que tenham uma ligação afetiva à aldeia, sempre com o acompanhamento e apoio técnico dos membros da Biblioteca Municipal da Batalha. Nos próximos meses decorrerá uma formação técnica deste grupo de contadores de histórias, dinamizada pelos técnicos da Biblioteca Municipal, onde os participantes vão adquirir ferramentas para saber contar histórias aos mais pequenos e selecionar conteúdos adequados e do agrado de cada um. Serão ainda incluídas histórias, lendas e tradições do património histórico e oral da região.

«A partir do próximo ano letivo, pretende-se alargar o âmbito do projeto, incluindo todas as escolas e instituições particulares de solidariedade social do concelho da Batalha», remata Mónica Cardoso.

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